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Brasilidade - notícias com um toque brasileiro
17 avril 2020

Brasil: desmatamento ilegal cresce no primeiro trimestre do ano e pressiona áreas protegidas

Dados do Inpe, gerados pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), indicam que a tendência de alta prosseguiu, a partir de agosto de 2019, apontando para um novo escândalo, quando for divulgada a próxima taxa anual oficial, no próximo semestre.

Ainda é cedo para se aferir qual será o impacto da chegada da pandemia do novo coronavírus sobre a floresta amazônica. Mas, neste ano, os alertas de desmatamento do Inpe, produzidos pelo Deter, aumentaram 50%, em janeiro, e 25%, em fevereiro, em relação aos mesmos meses do ano passado, mesmo antes do coronavírus. Em março, o aumento chegou a 30%. O desmatamento continuou crescendo enquanto a epidemia já se alastrava por várias regiões.

Desmatamento ilegal avança no Mato Grosso e pressiona Território Indígena do Xingu

Nos dois primeiros meses do ano quase 10 milhões de árvores foram derrubadas ilegalmente na porção mato-grossense da bacia do Xingu, o equivalente a 84% do desmatamento na região entre janeiro e fevereiro.

Em União do Sul, município mais desmatado no período, 98% da área total derrubada não possui autorização de desmate. Já em Gaúcha do Norte e Paranatinga a taxa sobe para 100%. Algumas das áreas desmatadas ilegalmente nos três municípios estão muito próximas dos limites do Território Indígena do Xingu.

O estado deu um salto de 75% na taxa de desmatamento em relação aos dois últimos meses do ano, contabilizando 8.100 hectares desmatados. Os dados são do 17º boletim Sirad X, o sistema de monitoramento de desmatamento da Rede Xingu +, uma articulação de indígenas, ribeirinhos e seus parceiros que vivem ou atuam na bacia do Xingu.

O ritmo do desmatamento diminuiu 22% nos primeiros dois meses de 2020 na bacia do Xingu, com 14,8 mil hectares desmatados. A queda aconteceu na porção paraense da bacia, onde as taxas caíram pela metade, resultado, em parte, dos esforços de fiscalização.

Ainda assim, não há o que comemorar: 48% do desmatamento detectado no estado ocorreu dentro de Áreas Protegidas, em Terras Indígenas e Unidades de Conservação.

O garimpo ilegal não cedeu em 2019 e continua crescendo. Em apenas dois meses, 246 hectares foram abertos nas Terras Indígenas Kayapó, Baú e Apyterewa. O aumento dessa atividade em TIs se explica, em parte, pela expectativa criada em torno da aprovação do Projeto de Lei n° 191/2020 que propõe a legalização da atividade garimpeira por terceiros dentro de TIs. “Proposta que, apesar de ser abertamente inconstitucional, junto com a ausência de operações de fiscalização nas áreas de garimpo, reforça a manutenção e expansão desta atividade ilegal”, aponta Elis Araújo, advogada do ISA

Fonte: ISA

Brasilidade-03

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