Pandemia de Covid-19 : como anda a saúde do rio Tietê na cidade de São Paulo
Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica constata que as mudanças de comportamento da sociedade por conta da pandemia de Covid-19 contribuíram para a redução de poluição no rio Tietê, principalmente com a diminuição do lixo nas ruas e a fuligem de veículos.
Por outro lado, acarretaram no aumento da pressão por uso da água pela população. Os dados apontam que, dos 83 pontos de coleta – distribuídos em 47 rios de 38 municípios -, 6 (7,2%) mantiveram qualidade de água boa de forma perene, 55 (66,3%) regular, 21 (25,3%) ruim e 1 (1,2%) péssimo. Nenhum ponto registrou qualidade de água ótima.
A qualidade de água ruim, imprópria para usos e inadequada para a vida aquática, ficou dividida em dois trechos – diferente das manchas anteriores que eram contínuas –, totalizando 150 km. A condição de água boa e regular – que permitem vida aquática, abastecimento público, produção de alimentos, atividades de lazer e esportivas – estenderam-se a 382 km, o que representa 66,32% da extensão de 576 km do trecho monitorado do rio, que tem ao todo 1.100 km, da sua nascente até a foz.
“De certa forma temos algo a celebrar com estes dados, embora sejam muito atípicos e inéditos”, afirma Malu Ribeiro, gerente da Fundação SOS Mata Atlântica.
Rio Tietê e eleições
Especialmente neste ano de eleições municipais, o monitoramento da qualidade da água é também um instrumento de cidadania e pressão em defesa de Água Limpa para todos.
“É urgente promover a requalificação ambiental das bacias hidrográficas paulistas, com envolvimento de todos os usuários e governos, com ações que começam pela recuperação e a proteção de corpos d’agua urbanos e rurais e que formam a vasta rede de drenagem das bacias hidrográficas da Mata Atlântica“, destaca ela.
A exclusão social do acesso à água limpa devido à falta de saneamento básico e moradia também emergiram de forma mais evidente com o efeito da pandemia e precisam ser motivo de atenção das autoridades.
Fonte: SOS Mata Atlântica