Desnutrição : seis em cada dez crianças e adolescentes estão em condição de pobreza no Brasil
São 53,7 milhões de meninos e meninas. Eles têm menos de 18 anos de idade e mais da metade são afrodescendentes e um terço dos cerca de 820 mil indígenas do País é criança. São dezenas de milhões de pessoas que possuem direitos e necessitam de condições para desenvolver com plenitude todo o seu potencial.
De acordo com a Unicef, seis em cada 10 crianças e adolescentes estão em condição de pobreza e estão assim porque são monetariamente pobres e/ou estão privados de um ou mais direitos básicos.
O órgão da ONU afirma ainda que "a ausência de um ou mais dos seis direitos básicos coloca meninas e meninos em uma situação de 'privações múltiplas' --uma vez que os direitos humanos não são divisíveis, têm de ser assegurados conjuntamente". A falta de saneamento básico é a privação que afeta o maior numero de crianças e adolescentes brasileiros. Em seguida vêm o direito à educação, à informação, à moradia e à agua.
Desnutrição e exclusão escolar
Nas últimas décadas, o Brasil reduziu significativamente a taxa de desnutrição crônica entre menores de 5 anos (de 19,6% em 1990 para 7% em 2006). Entretanto, a desnutrição crônica ainda é um problema em grupos mais vulneráveis, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
Em 2019, 1,5 milhão de meninos e meninas ainda estavam fora da escola de acordo com o Pnad. E essa exclusão escolar tem rosto e endereço: quem está fora da escola são os pobres, negros, indígenas e quilombolas. Uma parcela tem algum tipo de deficiência. E grande parte vive nas periferias dos grandes centros urbanos, no Semiárido, na Amazônia e na zona rural. Muitos deixam a escola para trabalhar e contribuir com a renda familiar.
Para o UNICEF, a face mais trágica das violações de direitos que afetam meninos e meninas no Brasil são os homicídios de adolescentes: a cada hora, alguém entre 10 e 19 anos de idade é assassinado no País [estimativa do UNICEF baseada em dados do Datasus (2018)] — quase todos meninos, negros, moradores de favelas.