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Brasilidade - notícias com um toque brasileiro
13 avril 2020

Brasil: Rios brasileiros com água de boa qualidade chegam a apenas 5%

Estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica aponta para a fragilidade de 95% de pontos monitorados em rios na Mata Atlântica.

A qualidade regular da água em 78,8% dos pontos monitorados preocupa especialistas diante do cenário atual de eventos climáticos extremos e de saúde pública vulnerável, que demandam a existência mananciais com água boa. Rios com água de boa qualidade chegam a apenas 5% dos pontos analisados.

A Fundação SOS Mata Atlântica chama a atenção para a condição ambiental dos rios e apresenta o “Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica“. O relatório apresenta um panorama sobre a qualidade da água de 181 trechos de corpos d’água brasileiros no ciclo hidrológico de março de 2019 a fevereiro de 2020. 

O estudo faz um alerta para a urgente necessidade de ações e investimentos voltados à segurança hídrica e socioambiental no Brasil, por meio da universalização do saneamento básico integrado à ampliação dos espaços de participação social e a adoção de soluções baseadas na natureza, com a conservação dos ecossistemas e recuperação de florestas nativas.

Ao longo de doze meses deste ciclo de monitoramento, grupos de voluntários coletaram e analisaram a qualidade da água de 181 trechos de rios e corpos d’água, distribuídos em 240 pontos de coleta, em 95 municípios dos 17 estados abrangidos pelo bioma Mata Atlântica e do Distrito Federal, com acompanhamento e supervisão técnica da Fundação SOS Mata Atlântica.

Desse universo de amostragem, 189 pontos analisados (78,8%) apresentaram índice de qualidade de água regular. Em 38 pontos (15,8%), a qualidade é ruim e, em um único ponto (0,4%), péssima. Somente 12 pontos (5%) apresentam qualidade boa na média do ciclo de doze meses e nenhum dos rios e corpos d’água tem qualidade ótima. Ou seja, 95% dos pontos monitorados apresentam qualidade da água longe do que a sociedade quer  e necessita para os rios.

É necessário destacar que a situação da água do Brasil não vem melhorando de forma considerável nos últimos anos. Os esforços despendidos não têm apresentado grandes resultados. Há alguns exemplos distribuídos pelo país, como demonstram esses dados, e que devem ser usados como modelo, reforçando que, quando há um investimento contínuo e bem planejado, é possível sucesso. Mas no geral, precisamos acender a luz amarela. Todo ano falamos que nossos rios estão na UTI e se não houver ações que tratem da gestão integrada da água como elemento de cooperação e sustentabilidade e, sobretudo, de inclusão e participação ativa nos espaços de tomada de decisão, o cenário pode piorar“, afirma Malu Ribeiro, gerente da causa Água Limpa, da Fundação SOS Mata Atlântica.

Além disso, a qualidade de água péssima e ruim obtida em 16,3% dos pontos monitorados evidencia que 39 trechos de rios estão indisponíveis – com água imprópria para usos – por conta da poluição e da precária condição ambiental das suas bacias hidrográficas. Essa inadequada condição ambiental gera problemas de saúde pública e agrava cenários de escassez e insegurança hídrica.

“Para que os indicadores aqui reunidos possam ser traduzidos em metas progressivas de qualidade da água nos milhares de rios e mananciais das nossas bacias hidrográficas na Mata Atlântica, é necessário fortalecer as políticas públicas de meio ambiente e água, além de reforçar a urgente necessidade de incluir a água na agenda estratégica do Brasil“, afirma Gustavo Veronesi, coordenador técnico do projeto Observando os Rios.

 

sos-mata-atlantica

 

 

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